O projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta, desde 2024, crescente perda de popularidade, puxada pela alta no custo de vida. Nos últimos meses, porém, um novo fator de desgaste da imagem do presidente também passou a assombrar a sua perspectiva eleitoral de 2026: o avanço da percepção de mais corrupção no país.
Após os desvios bilionários de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Palácio do Planalto teme agora que o esforço para recuperar aprovação perdida seja anulado pelo escândalo. Lula já anunciou medidas como isenção de imposto de renda para salários até R$ 5 mil, subsídios na conta de luz e botijões de gás gratuitos.
Além de ainda tentar reverter a insatisfação dos eleitores com a carestia, o governo se viu agora forçado a também tentar mitigar os impactos políticos e midiáticos dos esquemas que vitimaram beneficiários do INSS. O desafio é controlar a narrativa sobre o tema e uma eventual comissão parlamentar de inquérito (CPI) dedicada a ele.
“A crise econômica, com alta no custo de vida, já vinha derrubando a popularidade [de Lula]. Agora, o agravamento da percepção de corrupção complica ainda mais o cenário”, avalia o cientista político Ismael Almeida. Para ele, sem conseguir entregar melhora concreta na economia e dar respostas firmes contra a corrupção, a reeleição fica “muito mais difícil”.
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